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Resenha - Dr. Stone e o Reino da Ciência

Olá, meus queridos!

Finalzinho de ano, temporada de animes terminando, é hora de expressar meu amor por um dos animes que marcaram meu 2019, e explicar por que ele foi tão especial pra mim: Dr. Stone! Imagino que a essa altura todo mundo já saiba do que se trata essa história (e se não, me diga, que isekai é esse em que você, otakinho, vive?), mas pra não dizer que não expliquei, aqui vai um resumão:


Senku é um menino gênio que vivia tranquilamente fazendo seus experimentos científicos super avançados em casa ou no clube de ciências da escola. Entretanto as coisas mudam quando num fatídico dia um raio/onda estranhaça encobre o mundo transformando a humanidade em pedra. 3700 anos depois, Senku desperta num mundo trazido de volta à idade da pedra, sem tecnologia ou conhecimento científico - um “stone world”, como eles gostam de chamar. Nosso protagonista então ganha um novo objetivo de vida: usar todo seu conhecimento científico (que não é pouco!) para salvar a humanidade que continua 99% transformada em pedra. Para isso ele espera, num curto espaço de tempo, evoluir a civilização humana da idade da pedra até a era moderna!


olhos de um protagonista shounen com muita motivação

É claro que vários obstáculos surgem para impedir esse objetivo, dentre eles o aparecimento do antagonista principal, Tsukasa Shishio, que acredita que a humanidade já estava perdida, convicção que o faz bater de frente com os ideais do Senku.


Agora que a introdução já foi feita, vamos ao que interessa: Por que eu gostei tanto desse anime?? Bom, principalmente porque eu adorei como o plot consegue encaixar várias mensagens sobre a importância do conhecimento científico sem ficar parecendo um discurso raso. Isso porque além de repetir isso na sua cara o tempo todo, o anime te apresenta esse conceito na prática em cada acontecimento da trama, sendo alguns deles bem utilizados para aprofundar o personagem protagonista, e de que forma o “ser cientista” é um elemento que molda seu caráter.


É exatamente pelo protagonista que vamos começar.


Sou suspeita quando o assunto é ciência, pois é com isso que eu trabalho todos os dias da minha vidinha, e sempre me incomodou a forma o cientista é majoritariamente representado nas mídias de entretenimento: um gênio de nascença, pouco empático, com hábitos esquisitos e dificuldades de sociabilidade (ex Sheldon, de Big Bang Theory; Mayuri, de Bleach; Orochimaru, de Naruto). Ou seja, se você não nasceu genial, já esquece essa carreira que não é pra você… not true.


Maaaaaas, eis que chega Senku Ishigami, divo da ciência, husbando 2019, senhor da tabela periódica e coach inspiracional do novo mundo, que apesar de ter sido criado nos moldes clássicos de menino gênio tem essa característica redirecionada no plot: sua genialidade não é usada com o intuito mostrar o quanto ele é incrível (apesar de você facilmente chegar nessa conclusão). O objetivo aqui é pintá-lo como a representação do conhecimento humano, que impulsiona a civilização sempre pra frente, pra um mundo melhor, e dessa forma ressaltar a mensagem principal da história: a ciência é que é incrível! E qualquer um que se aproprie dela pode ser tão excepcional quanto o Senku!


E não pense que ele é desses gênios que põem o intelecto acima dos músculos. Ele faz questão de dizer que a única coisa em que se destaca é no uso da lógica, mas sem as pessoas como Taiju, que fazem o trabalho físico pesado, nada iria pra frente. No Reino da Ciência, todos são importantes! (palmas!)



me diz se você não tem vontade de virar químico e fazer umas poses dessas?


Além do mais, apesar da personalidade introvertida, Senku é mega empático. Até porque não faz sentido fazer ciência se não for para o bem do outro. Esse singelo cuidado aparece em diversas oportunidades, muito bem utilizadas no roteiro, nas quais o protagonista vai presenteando as pessoas ao seu redor com “maravilhas científicas” como algodão doce e coca-cola.




É bonito ver como cada nova tecnologia que Senku coloca no mundo não é apenas o passo seguinte para a derrota do Shishio, mas é também um novo elemento que torna o dia a dia das pessoas melhor. É exatamente assim que a ciência funciona no mundo real!!! Os inventos da era da corrida espacial abriram espaço para uma nova física que hoje usamos na palma da mão nos nossos celulares. Da mesma forma no anime, quem imaginaria que o mesmo equipamento que faz fios de cobre, para fabricar fios elétricos, poderia ser usado pra algo tão trivial como algodão-doce?? É a magia da ciência, queridos pupilos!


que haja luz!


E para representar a importância de cada uma dessas conquistas a história se utiliza de dois artifícios principais: hipérboles (exagero) e metáforas (comparações, pra ficar mais fácil de entender um assunto abstrato). No começo admito que usar essas artifícios tão indiscriminadamente me fez dar aquela torcida de nariz, mas depois de três episódios eu já tinha me acostumado e ficou tudo certo hahaha É claro que isso é uma questão de gosto pessoal, e se pra você essa abordagem deixa a história forçada, talvez realmente esse não seja um anime que vá te agradar. E aí bora pra frente que tem muito anime no mundo \o/


exemplos de metáfora (representação do ácido sulfúrico) e hipérbole (utilização de energia elétrica)


Pra finalizar, eu NECESSITO dar uma pincelada nas gurias de Dr. Stone. O estilo do desenho destaca sim as “curvas acentuadas” do corpo feminino, mas pelo menos no anime eu achei esses detalhes bem equilibrados em relação aos corpos masculinos (todas as meninas têm corpinho violão, mas os garotos todos também têm tanquinho. Parece justo). A única ocasião em que me senti incomodada foi durante a fatídica cena do remédio no ep 15. E eu achando que não precisaria levantar esse assunto aqui… quanta ingenuidade.

Um cantinho especial para minha apreciação à Yuzuriha, que a princípio julguei como a menininha que ia ser carregada no plot pelos dois garotos do grupo, mas BRILHOU no ep 4 e a partir daí só me deu orgulho.

Momento Sakura da Yuzuriha kkk


Enfim meu povo, Dr. Stone não tem o enredo mais trabalhado do mundo, não tem um super desenvolvimento de personagens (tirando os protagonistas), sei que de vez em quando o plot dá uma forçadinha pra dar certo, e que às vezes dá sim umas desviadas do assunto principal. Mas é uma história que cumpre maravilhosamente bem a sua proposta de shounen-fantasia-ficção-científica, tem cenas bem construídas, personagens carismáticos, constrói ótimos momentos de clímax, e faz você gostar mais de ciência. Samba de salto alto em muita divulgação científica por aí no sentido de cativar o público, coisa que por si só já receberia meu respeito.


Pra encerrar, fiquem com um Senku feliz fazendo reações químicas em seu habitat natural.


Até a próxima!



é verídico, eu fiz anilina nas minhas aulas na faculdade. Se tá no anime (ou no google) é verdade :p

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