No mês de abril, no dia 10, foi lançado o tão esperado remake de um dos maiores títulos da desenvolvedora de jogos japonesa Square Enix: Final Fantasy VII. Desde 1997, esse RPG tem conquistado o coração daqueles com a sorte de obtê-lo, coraçãozinho este que quase deve ter parado de bater ao anúncio desta nova produção há alguns anos atrás. E garanto que, do jeito que foi entregue, decepção vai ser só a de quem não conseguiu adquirir o jogo ainda!
O que na verdade é bem válido, porque aqui no Brasil, pelo menos, o jogo está custando na faixa de SINGELOS 240-280 reais! Obrigada queridíssimo governo por essa alta no dólar! Estou amando! :D
Claro que apesar disso, como gado que sou da franquia de Final Fantasy, juntei forças (leia-se aqui, dinheiro da bolsa da faculdade) com minha irmã, e as trouxas aqui compraram sua adorável versão física dessa formidável aventura mística e militante, a qual terminei faz pouco tempo. Sem mais delongas, irei expor o que fez desse jogo uma experiência tão incrível, e também o que fez dela só incrível.
- Os gráficos estão maravilhosos, e todo mundo é muito lindo;
Acredito que isso não seja surpresa pra ninguém que já está familiarizado com a franquia, mas achei importante constatar.
- O jogo é só uma pequena parte inicial da história original (praticamente uma introdução), porém funciona muito bem como um jogo completo;
Inacreditável como essa equipe de produção espremeu até o fim o bagaço dessa laranja, e conseguiram fazer não só um suco muito bom, mas também geleia, bolo de laranja, macaron e até crepe suzette.
Essa versão explorou a cidade de Midgar com atenção e grande clareza de detalhes, dando oportunidade aos jogadores de sentir de perto o funcionamento dos bairros e, principalmente, a clara diferença social orquestrada de maneira racional pela empresa que cuida da parada toda, a Shinra. Não só isso, mas cada personagem apresentado carrega sua história e é aprofundado de alguma maneira, o que permite uma conexão maior com os mesmos e com a situação em que se encontram - você realmente se importa com cada um deles.
Tenho que admitir, no entanto, que percebi sim uma enrolação em determinados momentos e uma parte de mim acabou sentindo como se estivesse vendo um filler de naruto que eu não podia pular - mas eu perdoo. Ainda que a história custasse a ir pra frente, a jogabilidade nunca deixou de ser interessante, divertida e dinâmica. Não que isso não me tenha deixado absolutamente exasperada ao final do game - eu queria saber mais!! Eu queria ver MAIS!!! Mas eu entendo o lance, Square. Para quê vender um jogo só se dá pra vender 3? 4 jogos? Os gado vão comprar tudo mesmo.
E vou bater nessa tecla: vale a pena. Embora longe da conclusão, o fim dessa primeira parte me deixou de queixo caído com as batalhas e as cinemáticas.
- As personagens femininas são de dar orgulho aqui dentro do meu coração ferido de gamer;
Ao meu ver, a franquia de FF sempre teve o costume de ser bem generosa e prudente quanto à representatividade feminina, principalmente se comparando com vários outros jogos que existem por aí no mercado. Nada das minhas experiências passadas, porém, me preparou para o que encontrei nesse remake: Tifa Lockhart e Aerith Gainsborough.
Tifa é tudo que eu sempre quis ver numa personagem feminina em jogos: ela usa o modo de batalha de combate fechado, tudo na base dos punhos (meu favorito) com direito a luvas acopladas de soco inglês e garras (muito badass). Ela é fisicamente forte, emocionalmente sensível e incrivelmente resiliente. Eu amei cada segundo que ela aparecia lutando lado a lado com o Cloud, mostrando a maneira como eles se apoiavam e confiavam um no outro em situações de perigo.
Se tem alguma coisa que me incomodou, foi a falta que senti de uma quantidade maior de músculos (ela é o tipo de pessoa que se exercita todos os dias, então, assim, cadê?) e achei um pouco sem sentido e não prático a escolha de usar uma saia curta , visto seu modo de batalha. Mas a gente sabe o porquê disso. Não se pode ganhar todas, aparentemente.
Quanto a Aerith… Bem, no começo, eu não estava comprando a postura da garota, que parecia o estereótipo de toda personagem healer de JRPGs e de manic pixie dream girl. PORÉM no decorrer da história, as nuances apresentadas sobre sua personalidade, suas interações com os outros - especialmente Cloud e Tifa - e as referências ao seu passado me conquistaram. Uma personagem bem construída e de muita agência na história principal.
Acho que essa foi a melhor parte pra mim: sentir o quão relevante na história elas eram, e o quanto suas escolhas afetavam a narrativa de maneira que nem sempre envolvia o protagonista. Obrigada, Square.
- A trilha sonora é de alta qualidade;
Outro tópico que é quase um pleonasmo em Final Fantasy. Se as músicas do original eram emblemáticas, os rearranjos e adições na nova produção só agregaram na ambientação e sentimento. Vou ficar durante um bom tempo escutando Stand Up - daquela cena icônica na Honey Bee Inn - e, claro, Hollow, essa música maravilhosa que me faz ter vontade de chorar sem nem saber porquê.
- E Cloud Strife.
Acertaram muito nele. Que homem. Muitas vezes o quanto você aproveita uma história é o quanto você consegue se conectar com o protagonista, cujos olhos são a sua janela para aquele mundo. No caso do Cloud, mesmo que até este ponto não se saiba o suficiente sobre seu passado, não é difícil gostar de um cara que é super cool e usa uma mega espada, e ao mesmo tempo é super desajeitado na hora de interagir com outros seres humanos, e quer simplesmente receber seu salário em dia e proteger os migos que vai fazendo ao longo do caminho. É muito legal ser o Cloud. Sqn. Enfim.
Tudo o que eu quero agora é que os próximos jogos saiam o mais depressa possível - mas de preferência quando o dólar estiver mais baixo. E que seja ainda para PS4, por favor DEUS.
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